quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Homenagem a um mestre da TV: Alborghetti

Pois é, mais um post dedicado a memória de um grande comunicador. Depois do falecimento do locutor Lombardi, uma unanimidade em matéria de admiração perante o público, agora foi a vez de uma figura um pouco mais polêmica, mas não menos interessante: o jornalista Luís Carlos Alborghetti.

Nascido em Andradina, interior de SP, Alborghetti fez fama em rádios e emissoras de TV no estado do Paraná, se tornando logo uma figura altamente discutida pelos jornais e pelos espectadores, devido à maneira revolucionária com a qual tratava os fatos dos noticiários, dando sua opinião, sem se importar com convenções sociais e sem botar limite em sua expressão. Nos anos 90, ganhou fama em todo o Brasil, quando apresentou diversos programas pela Rede CNT, sendo o principal o clássico "Cadeia", onde o país foi tomado de assalto pela peculiar figura, um homem magro, trajando sempre camisa social, óculos escuros e toalha no ombro, aparentemente frágil, mas que quando começava a falar, se destacava e se tornava algo diferenciado.

Alborghetti não era um simples repórter policial. Era um verdadeiro showman, sabia como ninguém fazer suspense em cima de um fato, soltar sua opinião sem medo de nada, batucar na mesa e improvisar musiquinhas de protesto ou interpretar um índio, ajudando o telespectador menos informado a compreender sutilezas de fatos políticos. Não tinha medo de se expôr ao ridículo, apresentando por diversas vezes seu programa com nariz de palhaço, para protestar contra alguma injustiça.

Ao apresentar algum crime, e mostrar a cara do criminoso, uma mambembe grade de cadeia era aplicada virtualmente sobre a imagem, enquanto o apresentador tripudiava, fazia piadas e cantava melodias improvisadas (e hilárias) sobre a prisão do indivíduo. Era especialista também em cunhar termos peculiares e bordões que bradava durante seus programas, como "tá com dó, leva pra casa!", "esse vai pro colo do capeta, pro beiço do macaco", "um beijo na sua alma", "vagabundo!"e o mais clássico, "cadeia neles!".

Tais maneirismos definiram a imagem deo apresentador policial brasileiro, que foi amplamente popularizado, anos mais tarde, por pessoas como Wagner Montes e Ratinho (que começou em TV como repórter de Luís Carlos Alborghetti, e fez fama copiando diversos termos, trejeitos, e características de seu antigo chefe, como o cassetete para bater na mesa, sem que a maioria de seu público saiba o verdadeiro criador de tais gestos).

E, além de imitadores, o apresentador também ganhou diversas sátiras, como o quadro "Chapa Quente", do grupo de comediantes "Hermes e Renato", baseado em seus programas (assista aqui). Abaixo, veja Alborghetti sendo entrevistado pelo Pânico, onde ele conta um pouco da sua vida, do seu estilo e mostra um pouco da sua capacidade de comunicação:



Após sua saída da mídia nacional, o apresentador (que também teve passagens pela política paranense), ganhou outro status. Com o advento da internet, sua figura passou ao posto de "cult", sendo reverenciada por sites de fãs, milhares de vídeos no youtube, comunidades no orkut, fã clubes em fóruns de discussão e muito mais. Nos últimos meses, Dalborga (apelido carinhoso cunhado pelo próprio) enfrentou um câncer localizado em diversos locais do seu corpo, ficando internado em sua própria casa, sem perder o bom humor e a coragem, aspectos que pautaram sua vida e hoje o fazem ser admirados por muita gente que estuda e se interessa por comunicação televisiva brasileira. Faleceu no dia de hoje, 09 de dezembro de 2009, aos 64 anos, em sua casa, na cidade de Curitiba.

Em poucos segundos, Alborghetti era capaz de desanuviar totalmente o clima de seu programa, deixando cenas violentas de lado e subindo na mesa para dançar ou reger uma orquestra imaginária. E é assim que termina o post, com o nosso personagem em sua melhor forma, servindo de maestro pra uma arte que poucos dominam: a comunicação! Descanse em paz, Alborghetti!



Eu sempre assisti muita televisão, desde pequeno. E sempre achei o programa interessante, não pelas cenas fortes, de tragédia ou desgraça (coisas que abomino). E sim pelo apresentador, pela persona televisiva de Luís Carlos Alborghetti, algo até então nunca visto, fugindo do padrão formal de jornalismo e caindo um pouco no estilo circense e piadista de encarar os fatos. E você, lembra dos programas dele? Conhecia o criador que inspirou dezenas de programas e apresentadores?

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15 comentários

zé hermano 9 de dezembro de 2009 às 19:23  

o mestre marcou minha infância cara... sou de londrina, onde ele começou no rádio e depois passou pra a tv... pra nós londrinenses, é como se ele fosse um pé vermelho, um londrinense como nós... admirava sua criatividade e rapidez de pensamento... sou órfao do mestre dal....

Paulo Almeida Prado 9 de dezembro de 2009 às 20:02  

obrigado pelo comentário, zé hermano...legal ver o jeito que ele era querido

Gasosóico 9 de dezembro de 2009 às 21:12  

Que descanse em paz o homem que ajudou a construir o meu caráter, um ser humano fantástico.

Infelizmente este país perde mais um homem fantástico, uma cabeça pensante.

Drummond 9 de dezembro de 2009 às 23:35  

Paulo quando pegava a CNT aqui em BH eu via sempre o mercadão do automóvel era uma loira que apresentava (nao me recordo o nome dela) só que era sábado de manhã e tb via o Alborghetti... nunca vou me esquecer dele gritando as seguintes palavras "Rato de esgoto, cadeia nele."
Com certeza já deixou saudades!!

Anônimo 10 de dezembro de 2009 às 08:22  

Nunca me esqueci do dia que conheci o Mestre. Realmente, o cara era muito gente boa como pessoa. Fui assistir seus programas na Radio Mais algumas vezes e confesso que me diverti mas, é claro, sem desviar da seriedade dos fatos que ele apresentava. Enfim, vai fazer falta, pena que não temos mais alborguetti's aí no mundo afora. Descanse em paz mestre, adoramos muito você.

MADDOXX 10 de dezembro de 2009 às 08:27  

Que pena que o Mestre foi embora. Estamos perdendo muitos caras "bons de bola". Já me diverti demais com ele.

Anônimo 10 de dezembro de 2009 às 16:11  

Realmete uma grande perca, alguns tentam inita-lo(Ratinho,Mauro Tramonte etc.), mas não chegam nem perto da magnetude e brilhantismo do Alborghetti.

Pra mim foi o único do género.

Anônimo 10 de dezembro de 2009 às 22:15  

Realmente uma grande perda para a mídia do Paraná. Eu o conheci pessoalmente. Fumava demais. Morreu com cancer de pulmão aos 62 anos. Fica um alerta para os amigos da fumaça. Meus pesames a família que perdeu a mãe uma semana depois.

Unknown 11 de dezembro de 2009 às 19:54  

Gente..O Alborghhetti sim era o cara nos programas policiais. O que a gente ve hoje na Tv são pseudos apresentadores, sempre com acertos pra falar bem de alguem ou fazer sensacionalismo com a desgraça alheia. Dalborga como muitos o chamavam aqui no paraná não fazia media com ninguem e descia o cacete na bandidagem. Deixou muitas historias no meio do radio e da TV. Que descance em paz...

Unknown 17 de dezembro de 2009 às 02:16  

Na verdade o Alborghetti ficou conhecido nacionalmente em 1992, antes da CNT. Na época a emissora chama-se Rede OM. Eu era criança, não perdia um só programa. Todos os dias ligava a TV no canal 9 (No Rio era canal 9 rs) ás 18:15 hs. para assistir. Ele era hilário! Vi muita reportagem do Ratinho (hoje, cópia pra lá de mal feita) no Cadeia. Até hoje o teminha de abertura do programa não me sai da cabeça. Marcou muito.

Canário 14 de janeiro de 2010 às 15:44  

Mestre Dalborga era o cara...
Uma pena, pois ele deveria estar vivo e em rede nacional novamente.

Anônimo 7 de agosto de 2010 às 00:30  

Um bufão demagogo. Não fará falta.

Paulo Almeida Prado 7 de agosto de 2010 às 00:57  

anônimo, essa é a sua opinião, eu não concordo, mas tudo bem.

obrigado pela visita.

Rey 7 de agosto de 2010 às 01:04  

Sobre esse comentário do Anônimo, aí...

"Ei. EEEEI! EEEEEEEEEI! DESGRAÇA!"

Renan 7 de agosto de 2010 às 01:30  

Sobre esse comentário do Anônimo, aí...

"VÁ À MERDA, PORRA!!! VÁ À MERDA! VÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!!!"

Hey, Aränha, "dá um prato de cocozaço pra ele! Mas faz um cocô... bem amarelinho. Põe uns ovos fritos em cima, uma farinha de mandioca. Mexe bem. Faz aquele virado que a Cida sabe fazer. Dá pra ele comer. Dá pra ele cheirar... pra ver se ele come. Então não é louco! Dá uma nota de Cem pra esse vagabundo. VAGABUNDO!!!"

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