quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A mágica dos efeitos especiais antes da era digital!

Um dos aspectos que mais se destacam em peças audiovisuais são os efeitos especiais. Através de recursos como truques de câmera, edição e computação gráfica, realizadores conseguem transformar situações impossívels no mundo real em cenas de seus produtos. Atualmente, como comentado no artigo sobre os mais impressionantes chroma-key da TV, qualquer série com um orçamento razoável pode usar meios impecáveis para transformar suas cenas digitalmente.

Mas nem sempre foi assim! Em uma época em que os efeitos digitais praticamente nem existiam, e o pouco que existia era muito mais utilizado em filmes de Hollywood, as produções televisivas tinham que se valer de outros recursos. Pensando nisso, resolvi escrever sobre o tema, pois tenho saudade da época em que os efeitos especiais eram feitos 100% em estúdio, com pequenos ajustes na montagem e só, ao invés de apenas horas de computação gráfica. Procurando algum vídeo para ilustrar o post, encontrei algo que consegue demonstrar isso tudo da maneira que eu queria. Vamos conhecer um pouco dos bastidores de uma das mais famosas vinhetas da história da TV mundial!

Criada em 1972, a HBO (Home Box Office, ou algo como "Bilheteria em Casa") logo se estabeleceu como o mais bem sucedido canal 24 horas de filmes, conquistando milhões de assinantes em seus primeiros anos. Onze anos depois, em 1983, já com sua imagem consolidada e com a estréia dos primeiros filmes produzidos exclusivamente para a TV por assinatura, o canal lançou uma campanha de renovação em sua identidade visual, usando uma peça padrão inovadora para suas sessões de filmes. Veja abaixo:



Na época, a peça causou frissom, devido à então revolucionária técnica de filmagem, onde uma câmera supostamente atravessaria diferentes ambientes, de uma sala de um apartamento, cruzando uma cidade até culminar no horizonte, onde diferentes corpos celestes formavam o logotipo do canal. Quer saber como a vinheta foi feita? Vamos descobrir!

Composta de 100 prédios, cada um com luzes funcionais e mobília detalhada, a cidade é dividida em três bairros, cada um com diferente estilo e visual (arquitetura, carros e elementos diferenciados), culminando em um painel pintado como o horizonte, de 5 metros de altura. Seis modelistas trabalharam durante três meses para montar a estrutura, que foi filmada por uma câmera operada remotamente, através da técnica de stop-motion. Nada melhor que assistir o making off da filmagem e descobrir todos os detalhes! Assista a seguir uma reportagem exibida pelo canal na época, com os segredos da produção!



É inacreditável saber que todos os elementos são físicos, ou seja, estavam lá na hora da filmagem, não sendo gerados por computação, inclusive o logo da HBO (feito de metal) e as estrelas que se misturam no céu! Não é a toa que esta vinheta causa curiosidade até hoje, quase 30 anos após sua veiculação! Uma aula de como se faz TV, que deve servir de inspiração a todos nós, interessados no veículo!

Ah, um bônus! Alguns anos depois, em 1987, uma marcante vinheta do SBT era lançada. E adivinha qual foi a fonte de inspiração? Pois é! Feita com base na da HBO, usando a mesma música e a mesma animação, a emissora de Silvio Santos também conquistou um lugar entre as vinhetas mais inesquecíveis de todos os tempos! Relembre:



Particularmente, eu vejo muito mais valor em peças feitas totalmente em estúdio, com truques de câmera, maquetes e outras práticas de décadas atrás do que animações totalmente computadorizadas. E você, o que achou? Gostou da vinheta? E do making off?

Conte o que achou! E já sabe, conheça o ColorScreen no Twitter!

11 comentários

Rey 27 de fevereiro de 2010 às 12:37  

MUITO BOM! Fiquei impressionado com o making of da vinheta da HBO. Simplesmente brilhante, muito bem feito.

Anônimo 14 de março de 2010 às 12:03  

vai me dizer q essa vinheta do sbt n foi feita com computação gráfica!

Paulo Almeida Prado 14 de março de 2010 às 20:03  

Valeu, aranha!

Então, anônimo, não. Nos anos 80, mtas vinhetas inovadoras pra época, com gráficos revolucionários e etc, eram feitas com diferentes máquinas, não necessariamente computadores, como por exemplo o Scanimate, uma máquina mto usada em vinhetas, feitas de modo analógico

aqui vc pode conhecer mais sobre: http://www.youtube.com/watch?v=5cMsa44BnPw

Luiz 16 de março de 2010 às 13:37  

Muito legal. Lembrei de um especial do filme Independence Day, em que eles preferem explodir uma cidade de maquete em vez de fazer inteiro com computação gráfica. Post muito legal, e o blog ta no favoritos..rsrs..abçs

Paulo Almeida Prado 16 de março de 2010 às 16:05  

É verdade, bem lembrado, Luiz!

Obrigado!

Anônimo 18 de março de 2010 às 01:04  

cara sem comentario.puta trampo loko sem comentarios
realmente computador veio pra ajuadr msm

Edu Aurrai 18 de março de 2010 às 05:27  

Realmente bem bacana. Me lembrou até aquele filme Beetlejuice do Tim Burton.

Anônimo 18 de março de 2010 às 18:05  

Putz, bem legal o post, eu acho que tudo tem sua epoca, e a epoca dos efeitos mecanicos foi bom, mais hoje não da pra produzir um longa nesse esquema por causa de prazo e verba dos estudios...bom tambem sou suspeito pra falar, trabalho com efeitos especiais pro cinema e televisão, trabalho com os softwares Inferno* e Flame* ambos da Autodesk, que são programas dedicados a composição de FX...

um abraço!!!

Paulo Almeida Prado 18 de março de 2010 às 19:41  

Obrigado anônimo e Edu, pelos comentários!

Então, concordo, conheço esses softwares (não sei se vc trabalha lá, mas a Record usa bastante tais programas atualmente!). Mas por outro lado, acho bem possível fazer um filme de qualidade alta, nesse esquema, ou pelo menos não abusando de efeitos digitais!

É só comparar os novos Batman, sem abuso de efeitos digitais, e muitos efeitos à moda antiga, com a nova trilogia Star Wars, lotada de digital, num nível que fica até artificial...

Obrigado pelo comentário!

Dário 25 de março de 2010 às 15:31  

Mermão... Velhos tempos!!! Época romãntica do cinema...

Quanto maior esforço, maior paixão ahahah então, os tempos antigos dá maior paixão do que hoje!!!

Paulo Almeida Prado 25 de março de 2010 às 20:15  

É verdade!

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