sexta-feira, 7 de maio de 2010

Dramaturgia: o que é o typecasting em Cinema e TV?

Uma das coisas que eu sempre reparei ao assistir filmes, mas só recentemente descobri que tem um nome específico é o "typecasting". Traduzindo ao pé da letra, seria a "escalação por tipo", ou seja, atores que sempre fazem o mesmo estilo de personagens, definidos com base em diversos aspectos, e que constroem sua carreira em cima de um estereótipo ou tipo marcante.

Um ator é selecionado para um papel por um diretor ou uma comissão de casting, que busca identificar aspectos marcantes na personalidade, atuação e visual do intérprete. E, claro, o objetivo na maioria das vezes é bilheteria, então um ator que é garantia de sucesso em um tipo de papel acaba mesmo passando por isso. Existem aqueles atores que, após um papel marcante, nunca conseguiram se desnvencilhar de tal imagem, como Mark Hamill (Luke Skywalker - foto), o "Drácula" Bela Lugosi, o "Batman" Adam West, a estrela de "O Exorcista" Linda Blair e muitos outros, sendo lembrados por apenas uma ou duas obras. E também existem os que fazem diversos trabalhos, porém sempre com o mesmo tipo de personagem. E é deles que vamos falar.

Isso ocorre muito nas comédias, com diversos exemplos. Precisa-se de um inglês bobalhão, mas charmoso? Hugh Grant! Um gordinho divertido, cheio de referências à cultura pop, e com personalidade marcante? Jack Black (foto) ou Seth Rogen! Um sujeito imaturo, bobão, mas de bom coração? Adam Sandler! Também temos os marcados por características psicólogicas fortes. Rudes, reservados, durões e neuróticos. Robert de Niro, por exemplo, nos papéis de durão, sempre quieto e desconfiado, assim como Tommy Lee Jones. Mas, um dos maiores estereótipos de durões é R. Lee Erney (mostrado na imagem que ilustra o topo do post). Sim, o nome é desconhecido, mas sua presença nas telas é grande. Após se aposentar da carreira militar, continua fazendo papel de oficial do exército com muita frequência, após sua atuação em "Nascido Para Matar".

Podemos citar outros estereótipos, como os de excêntricos, loucos e perturbados, como Jack Nicholson e Johny Depp, além de nomes como John Cusack, Steve Buscemi e Christopher Walken. Ou ainda o sempre mafioso/criminoso Joe Pesci (foto), o líder zen e introspectivo Patrick Stewart, a devoradora de homens Sharon Stone ou a durona Michelle Rodriguez. Os latinos são representados pela brasileira Sônia Braga, pelo espanhol Antonio Banderas, pelo cubano Andy Garcia, pelo colombiano John Leguizamo (que também cai no estereótipo de cara atrapalhado e "falador"), pela norte-americana Jennifer Lopez e muitos outros.

Existe também a categoria dos atores de filmes de ação e violência, que quase sempre se prendem ao mesmo papel, como Charles Bronson (foto), Chuck Norris e Steven Seagal, ambos sempre vivendo policiais vingando sua família/justiceiros livrando o mundo de gangues e bandidos. Um bom exemplo de ator que foge disso, e mesmo fazendo papéis ligados ao mundo da ação, consegue dar outra dimensão aos personagens é Sylvester Stallone (vide a série "Rocky" ou o filme "Copland", por exemplo.)

E isso não acontece só no cinema americano; no Brasil o melhor exemplo são as novelas. Todo ano temos os sedutores inveterados vividos por José Mayer, os caras legais de Tony Ramos, as madames vividas por Cristiane Torloni, os malandros de Eri Johnson, as heroínas românticas de Regina Duarte, os descamisados de Marcos Pasquim, as esnobes de Beatriz Segall e muitos outros!

Mas claro, há luz no fim do túnel, principalmente para atores bem estabelecidos na profissão. Um exemplo é a carreira de Jim Carrey (foto), que começou estereotipado como comediante baseado em trejeitos e caretas, mas consolidou-se também como um talentosíssimo ator dramático (em obras como "O Mundo de Andy" ou "Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças"). Ou os raros papéis de Tom Hanks que destoam da imagem de bom moço, como em "Estrada Para Perdição".

Portanto, quando seu ator preferido estiver estagnado na carreira, repetindo os mesmos papéis eternamente, você ja sabe, talvez nem seja falta de talento ou nada parecido. Tudo isso é culpa do "typecasting", quando milhões em dólares "obrigam" os atores a aceitar tais personagens! Mas claro, alguém precisa garantir o sustento nas mansões de Beverly Hills!

Você se lembra de mais exemplos? Comente aí embaixo! E também nos visite, através do ColorScreen no Twitter!

8 comentários

Leonardo Cruz 7 de maio de 2010 às 03:23  

Ótimo post!Acho que do Elenco de Star Wars, uns dos unicos que escapou de ficar marcado a vida inteira foi o Harrison Ford, que além de talentoso soube escolher seus outros papéis e virou um grande astro de Hollywood de primeiro escalão, e não apenas "Aquele cara que fez o Han Solo".

Paulo Almeida Prado 7 de maio de 2010 às 03:58  

É verdade! Claro que ele ficou marcado pelo Han Solo e também pelo Indiana Jones, mas não ficou só nisso!

Valeu pelo comentário!

Mi 9 de junho de 2010 às 21:59  

Tbm já tinha notado isso, agora tbm já sei o nome. HEHEHEHEHE
Agora o Jim Carrey se estabeler em drama é demais...Apenas pseudo-cults gostam de Brilho eterno de uma mente sem lembranças e outros 2 ou 3 filmes deste tipo que ele fez. Podem falar o que quiser, mas é só escutar o nome Jim Carrey e todo mundo se lembra das caretas dele. KKKKKKKKK

Paulo Almeida Prado 9 de junho de 2010 às 23:39  

Mi, eu acho o Jim Carrey um excelente ator, e confesso que prefiro ele em dramas, mas também gosto mto das comédias!

Juliano Bonato 10 de junho de 2010 às 13:42  

Ótimo post!!!
Isso tudo é bem verdade, mas o Adam Sandler já fez um ótimo drama que é o Embriagado de Amor.

Faltou o vilão Mickey Rourke!!!

Paulo Almeida Prado 10 de junho de 2010 às 17:02  

É verdade, Juliano!

obrigado pela visita

Bruna Roberta 11 de junho de 2010 às 14:04  

Ta, e desde quando o Zé Mayer tem pinta de galã pegador de gatinha? O cara ta acabado. :P

Anônimo 12 de junho de 2010 às 12:04  

will smith foge dessa pratica

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